23 de maio de 2011

Campanha: Um dia sem gente diferenciada

Fonte: radioativoblog
Passados os protestos sobre o metrô em Higienópolis e com os ânimos arrefecidos, é possível fazer uma análise menos inflamada sobre o assunto.




O churrasco de "gente diferenciada" organizado por pessoas da periferia de SP, há alguns dias, mostra como o brasileiro tem um senso de humor bastante aprimorado.




Em qualquer outro país, a discriminação a que os menos favorecidos são submetidos seria resolvida com um panelaço, com ruas interditadas por barricadas ou colchões queimados e outras manifestações mais contundentes.

Às vezes me pergunto se não seria melhor. Volto. Sei que a violência não leva a nada nesses casos e que o brasileiro dá uma lição de civilidade em ocasiões como essa. Contudo, nossa natureza é a de sempre levar tudo na base da piada e tão somente na piada.



É possível, de modo pacífico, protestar contra abusos e discriminações. Contudo, passividade não significa inércia. É preciso fazer mais.

Lembro-me de que as pessoas se reuniam para lutar contra a ditadura. A imagem da Praça da Sé lotada, nas Direta Já, é uma de minhas lembranças mais antigas. O povo era mais aguerrido e conseguiu o que queria.




E se a massa, formada por gente diferenciada, resolvesse ser um pouco mais incisiva?

Talvez ela fizesse o que os mexicanos e outros povos latinos fizeram nos EUA, algum tempo atrás, com o "Um dia sem mexicanos".

O que aconteceria se a "gente diferenciada" parasse por um dia? Higienópolis funcionaria? A Paulista? A região da Berrini? Ora, ora. Não fosse essa gente diferenciada, que aceita trabalhar por salários de excremento, a gente não-diferenciada teria sérios problemas para continuar sendo o que são: elite.


As elites só existem porque há gente diferenciada nesse mundo. Portanto, senhores, não impeçam que o metrô de Brasilândia chegue ao seu bairro.

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