3 de abril de 2011

Ceni chega aos 100, Alencar chega ao céu, mas a imbecilidade do BBB não chegou ao fim

A semana que passou teve seus destaques. Um deles, não posso deixar de comentar, ainda que uma semana depois.

Brazilian kicker

O jogador Rogério Ceni, do São Paulo, chegou à marca de 100 gols na carreira. Embora as estatísticas oficiais confirmem apenas 98 tentos, os números impressionam. Certamente, são mais gols do que muitos atacantes de ofício não conseguiram até hoje.

Estima-se que ele tenha se igualado ao número de gols marcados pelo especialista em faltas Marcelinho Carioca (que tem 58 gols de falta na carreira). Fosse ele um jogador do futebol americano, seria o "kicker", aquele que só entra para cobrar faltas.

Ainda que seja um assunto polêmico, a marca do goleiro-artilheiro é algo que não se pode ignorar, independentemente do clube para que se torce. O que diferencia os bons profissionais dos excelentes é exatamente esse algo a mais que Ceni possui. Resultado de muito trabalho.

O melhor vice

Esta semana também foi marcada pela perda do melhor vice que qualquer presidente da república poderia ter. José Alencar foi incansável crítico do próprio governo, questionando a taxa de juros e dando seus palpites em relação a outros assuntos relevantes.

Em meio a tantos acontecimentos polêmicos do governo Lula, ele foi quem deu equilíbrio e ajuste ao primeiro escalão do grupo. Chegou ao fim de sua vida lutando contra um câncer que lhe inflingiu desconforto nos últimos 14 anos.

Lula chorou muito durante os serviços fúnebres de seu ex-vice. Pudera. Não fosse ter obtido as bênçãos e o consentimento do empresariado, do qual Alencar era um representante, Lula jamais teria chegado ao poder. Alencar merece um lugarzinho no céu.

Continuação da estupidez

Mal terminou o último BBB (que nem sei qual número foi), os organizadores do "reality show" já discutem o próximo. Precisa mesmo ter mais um? Ou melhor, precisaria ter um programa como esse? Partindo da visão empresarial: sim.

Nunca se lucrou tanto com publicidade quanto neste último BBB. Ainda que explore a imbecilidade humana, o programa é rentável. O declínio da audiência se explica pela migração de parte desse público para a internet.

Se a queda de audiência se refletisse em queda no bolso, certamente, iriam rever a continuação. Como isso não aconteceu, no próximo ano teremos a grata oportunidade de ver corpos sarados de cabeças vazias desfilando pela telinha.

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